Dia do Professor é comemorado na Sefaz com live sobre educação

16 de outubro de 2020 - 14:57 #

Em comemoração ao Dia do Professor, celebrado nessa quinta feira (15/10), a Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE) promoveu uma live como o tema “A Educação que transforma e se transforma: novas perspectivas, os papéis e ferramentas de aprendizagem”. O encontro foi moderado pela servidora Joelina Barros e teve como convidados o professor doutor e coordenador de Tecnologias Digitais da Universidade Federal do Ceará (FC), Henrique Sérgio Pequeno; o auditor fiscal e professor conteudista de EAD (Educação a Distância) da Sefaz, Albanir Ramos; e a professora doutora e coordenadora da Assessoria de Relações institucionais (Arins), Germana Belchior.

Na ocasião, a Secretaria Executiva de Planejamento e Gestão Interna, por meio da Coordenadoria de Gestão de Pessoas (Cogep), lançou a nova plataforma de EAD da Fazenda, que oferece uma interface mais amigável e interativa para os usuários, bem como uma melhor acessibilidade. A inovação traz também recursos de gamificação, mais opções para a criação de cursos voltados a público interno e também à comunidade, versão para celular 100% funcional, além de relatórios personalizados e fóruns com a possibilidade de classificar as discussões.

Ao abrir o evento, a secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba, agradeceu a presença dos participantes e parabenizou os professores pelo dia da categoria à qual pertence. “O tema de hoje é extraordinário: a educação que transforma e se transforma. Somos aquele inseto que está todo involucrado. Estamos passando por este momento de transformação planetária para fazer surgir várias borboletas já já. Não sabemos o que está por vir, mas sei que vem muita coisa boa”, afirmou.

A gestora também elogiou a criação do portal de EAD. “A equipe foi muito delicada de aguardar esse dia de celebração e lançar essa nova plataforma de EAD. E nós precisamos saber de que forma a gente vai transitar por essa plataforma, que não é simplesmente usando da mesma forma que a gente usava a educação presencial, mas potencializando no sentido de autonomia. Autonomia é uma palavra que eu acho que vai estar muito em voga na educação a distância. Então, é mais e mais investir para nos tornarmos autodidatas, no sentido de que a plataforma seja um meio”, disse.

Inteligência artificial e educação

O professor Henrique Pequeno apresentou um panorama sobre a evolução da inteligência artificial, traçando marcos importantes no desenvolvimento de mecanismos e dispositivos que simulam a capacidade humana de pensar e resolver problemas. Ele mencionou vários exemplos de áreas que utilizam recursos de inteligência artificial, como é o caso da segurança pública e da medicina, mas dedicou boa parte da apresentação às aplicações na educação.

“De que forma a inteligência artificial vai contribuir para a educação? Na avaliação de estudantes. Vou entender como está o avanço ou retrocesso de cada um, o que devo oferecer ao estudante. Existem várias técnicas como os agentes tutores inteligentes, ou seja, o aluno tem a sua disposição um tutor especializado em algum assunto e ele vai dar um feedback seja em um curso presencial ou a distância. Você tem algumas áreas como a Learning Analytics, que utiliza várias técnicas para dar um minucioso acompanhamento do aluno, através de gráficos avançados. É um auxílio muito grande para o professor que não tem tempo de acompanhar 200 alunos. Há outras como a mineração de dados educacionais e os sistemas de recomendação, em que eu recomendo materiais didáticos, cursos para alunos, de acordo com o perfil de consumo”, explicou.

Desafios

Para Albanir Ramos, a educação é um elemento emancipador. Ele citou a frase do educador brasileiro Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” O professor conteudista de EAD fez uma contextualização histórica da Educação a Distância, apontando os desafios do processo educacional em geral. “Para entender esses desafios, é preciso fazer um comparativo entre a educação tradicional e a contemporânea. A tradicional é voltada para o conteudismo, em que o aluno é um mero repositório de conhecimentos que o professor repassa, e aquela baseada nas competências, em que o aluno vai ser capaz de fazer análises, resolver problemas da vida real”, complementou.

Ainda evidenciando o contraste entre os dois modelos de educação, Ramos falou que, enquanto o tradicional apresenta características como distanciamento, dependência do aprendiz e unicidade de método, o ensino contemporâneo estimula o engajamento, a autonomia, a democratização do saber e o uso de metodologias ativas. Ele também comentou sobre os inúmeros aprendizados adquiridos durante a pandemia pelos professores, que tiveram de se reinventar e descobrir novas formas de despertar o interesse dos alunos, por meio de ferramentas virtuais.

“O professor tinha total segurança, ele tava na zona de conforto dele, tava tudo bonitinho, funcionando, aluno em sala de aula, apostila pronta, etc. Aí veio uma zona cinzenta e a necessidade de fazer aulas remotas imediatamente. O que era uma pintura perfeita passou a ser uma pintura de criança. Essa pandemia é uma quebra de ruptura na maneira como as pessoas viam ou veem a EAD”, frisou. Ele acrescentou que, em um cenário pós-pandemia, é preciso investir na educação continuada para professores de escolas públicas, tanto no que diz respeito à preparação para dar aulas EAD quanto ao uso de novas tecnologias.

Capacidade de se reinventar

Para a professora e assessora de Relações Institucionais da Sefaz, Germana Belchior, a atual crise sanitária acelerou muito processos e obrigou as pessoas a repensar papéis, a se reinventar. “Que lente a gente está utilizando para ver o mundo e o serviço público? Como tem sido o nosso olhar? Com a pandemia, nossos desafios ficaram muito maiores, e vão demandar mudanças profundas. Por isso, é importante sempre ter em mente a missão da Sefaz, que é ‘melhorar a vida das pessoas, arrecadando com justiça e gerindo com excelência os recursos financeiros da sociedade’. Essa tem que ser a nossa tônica quando a gente acorda, vai trabalhar, quando está lidando com o contribuinte, com o cidadão, quando está pensando em um curso EAD. Esse deve ser sempre o olhar, o por vir, a força que nos impulsiona a seguir como Secretaria da Fazenda”, sustentou.

E para cumprir essa missão e atingir os objetivos da instituição, é necessária, segundo ela, uma mudança intensa na forma como o Fisco se relaciona com os contribuintes. “A ideia é de uma Sefaz parceira, que busca dialogar, ser mais transparente. O selo Sefaz Parceira foi lançado pela secretaria e traz iniciativas de construção de uma Secretaria mais moderna, inovadora e eficiente, com foco na simplificação das obrigações tributárias e na transformação digital. Mas será que que a gente está preparado para lidar com esse cenário?”, questionou. Ela acrescentou que as pessoas precisam estar abertas para mudanças, para novos aprendizados e que a educação está intimamente conectada a todas essas questões, porque “não há mudança sem um processo de educação”.

Seguindo a mesma linha de pensamento dos convidados da live, a titular da Cogep, Dulce Ane Lucena, disse que a educação é um processo de transformação, tanto das pessoas quanto do entorno delas. “É a forma mais legítima de impactar o outro. (…) O processo de aprendizado corporativo é importante para transformar os seres humanos dessa instituição, para transformar essa instituição e, por consequência, a sociedade”, enfatizou.

Ela lembrou ainda que a EAD da Sefaz teve início há 13 anos, a partir de queixas de servidores que trabalhavam no Interior. “Eles diziam que não tinham as mesmas oportunidades de quem trabalhava em Fortaleza. Ficamos mexidos com isso e desenvolvemos a EAD para levar conhecimento para os colegas que estavam longe”, contou. Dulce Ane Lucena ainda homenageou os professores conteudistas e também os alguns servidores que, segundo ela, estão sempre dispostos a abraçar para novos desafios.

A live fez parte da programação do Mês do Servidor Público.