Outubro Rosa: Sefaz-CE promove programação dedicada à saúde da mulher

22 de outubro de 2025 - 14:46

Carolina Mesquita - Texto
Bárbara Barbosa - Fotos

 

Em alusão ao Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, a Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE), em parceria com a Caixa de Assistência dos Servidores Fazendários Estaduais (Cafaz), promoveu na última quinta-feira (16) programação dedicada à prevenção, ao cuidado e à valorização da saúde da mulher.

O secretário executivo de Planejamento e Gestão Interna, Guilherme França, destacou a importância da campanha e da participação da Secretaria para a disseminação de informações que podem ajudar a salvar vidas. 

Presencialmente, para um grupo de participantes majoritariamente feminino, França também fez um convite. “Vou pedir o apoio de vocês, mulheres, para puxar a orelha dos homens dos seus setores, porque eles deveriam estar aqui também, apoiando, incentivando, porque essa não é uma causa somente das mulheres”, disparou.

O presidente da Cafaz, Kleber Silveira, ressaltou a parceria com a Sefaz-CE em prol da causa. “Gostaria de ressaltar a elaboração desse evento, promovido pela Sefaz e pela Cafaz. Isso demonstra que nossas instituições trabalham em paralelo pela saúde do servidor fazendário”, pontuou.

O câncer de mama

A primeira palestra da programação, com o tema “Câncer de mama: prevenção, diagnóstico precoce e tratamento”, foi conduzida pelo Dr. Luiz Fernando Oliveira Torres, médico oncologista clínico. O especialista explicou como o câncer de modo geral ocorre e detalhou os gatilhos que podem contribuir para a manifestação da doença.

“O câncer não é uma doença contagiosa, é uma doença que nasce com a gente através de uma mutação do DNA. Na hora que a célula vai se dividir, ocorre a mutação que torna a nova célula estranha, que tem a tendência de continuar se dividindo e perder o controle dessa multiplicação e divisão no nosso corpo”, detalhou.

Sobre os gatilhos, ele pontuou que existem duas grandes classes: a predisposição genética e os fatores ambientais. “Mas tem pacientes que não tem predisposição genética, histórico na família, não é exposta a fatores ambientais e mesmo assim manifestam essa doença”, alerta.

Segundo o médico, os fatores de pré-disposição considerados não modificáveis incluem o sexo feminino, o avanço da idade, o histórico familiar, as mutações genéticas, a nuliparidade, a gestação tardia, a não amamentação, a menopausa precoce, a densidade mamária, entre outros.

“Mas tem algumas condições que eu consigo modificar. Como a terapia de reposição hormonal, exposição a análogos do estrogênio, sedentarismo, obesidade, sobrepeso, alcoolismo, tabagismo, tudo isso nós podemos evitar para diminuir o risco de ter câncer de mama”, afirmou.

Dr. Luiz Fernando Oliveira Torres ainda abordou os dados de incidência do câncer de mama no Brasil e no mundo, assim como o grau de fatalidade e de sobrevivência, principalmente nos casos com diagnóstico precoce, reforçando a necessidade de acompanhamento e atenção constantes.

Roda de conversa

Aprofundando a discussão sobre os fatores modificáveis e que podem reduzir as chances do desenvolvimento do câncer de mama, a programação contou com uma roda de conversa multidisciplinar com o tema “Estilo de vida e saúde da mulher, nutrição, atividade física e saúde mental”.

A especialista em nutrição funcional esportiva Raveny Cavalcante abordou as classes de alimentos classificados como pró-inflamatórios e que, quando consumidos por um longo prazo, podem provocar diversos prejuízos ao corpo. Ela ainda deu dicas de alimentos benéficos à saúde e que devem ter preferência na rotina.

O educador físico e especialista em saúde na terceira idade, Davi Fiúza, ressaltou a importância e os benefícios da atividade física para todas as idades e condições, inclusive pacientes oncológicos, desde que adaptado a cada caso.

Carlota Gaspar, psicóloga com experiência em saúde pública, terapia intensiva e gestão em saúde, concluiu a troca destacando a importância do autoconhecimento, inclusive após um diagnóstico de câncer, a fim de que o processo seja enfrentado da melhor forma possível e com maior equilíbrio das emoções.

Depoimentos

A programação contou ainda com a partilha de duas servidoras fazendárias que enfrentaram câncer de mama recentemente. A coordenadora de Eventos da Sefaz-CE, Joelina Barros, pontuou a sensibilidade de vulnerabilidade durante o processo.

“Quando chega um diagnóstico desse, tudo que você tinha de fortaleza, de achar que era forte, que podia tudo, vai abaixo. E tem uma frase que me ajudou muito que é: ‘A vulnerabilidade não é fraqueza, é a nossa medida mais precisa de coragem’”, revelou.

“A coragem que eu venho convidar vocês é a coragem de se cuidar, de se olhar, de falar sobre isso, de fazer o autoexame e os exames, e se, por acaso, o diagnóstico vier, os primeiros dias realmente não são fáceis, mas depois é a coragem de enfrentar, de buscar ajuda”, concluiu.

A coordenadora de Fiscalização de Mercadorias em Trânsito, Susely Martins, exaltou a importância da campanha do Outubro Rosa, que é evidenciado durante um mês específico, mas que traz um alerta para o ano inteiro.

“É bem emocionante estar aqui falando sobre a campanha por conhecimento de causa. A gente precisa lembrar que o Outubro Rosa é só um alerta, mas que vale a pena. Porque lembra as pessoas da importância desse autocuidado. Mas, na verdade, o Outubro Rosa deveria ser todos os meses”, destacou.

“A questão da prevenção, do diagnóstico precoce, é essencial. Dentro dessa prevenção, uma das coisas mais importantes e que, para mim, funcionou, foi o autocuidado, conhecer o corpo. Então, vamos nos cuidar e que essa campanha seja espalhada e salve muitas vidas”.

Ainda compartilharam depoimentos a servidora Maria Sônia e a colaboradora da Cafaz, Cláudia Duarte.