Sefaz promove palestra em comemoração ao Dia do Servidor

Como parte das comemorações do Dia do Servidor Público, celebrado em 28 de outubro, a Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-Ce) promoveu, na tarde desta terça-feira (27), em formato virtual, a segunda edição do “Ser Fazendário”, evento idealizado para homenagear os servidores e colaboradores da Receita Estadual pelo trabalho realizado em prol da sociedade cearense. O encontro foi transmitido ao vivo pelo canal da Sefaz no YouTube e contou com a participação da vice-governadora do Ceará, Izolda Cela; da secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba; dos secretários executivos da Fazenda, Liana Machado, Sandra Machado e Fabrízio Gomes; do cantor Waldonys; e de centenas de fazendários. O ponto alto da live foi a palestra “Desafios da Contemporaneidade”, do especialista em gestão, estratégia e liderança, Oscar Motomura.

A secretária Fernanda Pacobahyba abriu o evento saudando todos os participantes e parabenizou os servidores públicos, em especial os da Sefaz, pelo dia da categoria. Ela destacou a importância dos fazendários para o desenvolvimento do Estado e disse que os agentes públicos têm o poder de mudar realidades. Ao falar nesse poder transformador, deu ênfase à missão da Sefaz que é “melhorar a vida das pessoas, arrecadando com justiça e gerindo com excelência os recursos financeiros da sociedade”. Para ela, esse conceito deve ser o propósito de todo servidor da Fazenda.

A titular da Sefaz fez uma reflexão sobre as vulnerabilidades humanas, que foram, segundo ela, acentuadas nesta pandemia. Ela falou sobre a angústia diante do desconhecido, a perda da capacidade de diálogo verdadeiro e a insegurança trazida pelo novo coronavírus.“Um vírus veio lá do outro lado do mundo e subverteu toda a lógica que conhecemos sob o aspecto econômico, de saúde, dos relacionamentos. Contamos quase 160 mil pessoas mortas no nosso país, sem que qualquer nação deste planeta consiga ter uma solução para este vírus. É algo que, apesar de todo o desenvolvimento técnico-científico que conseguimos acumular, nos ronda e o cenário de incerteza é muito evidente”, afirmou.

Fernanda Pacobahyba relembrou os desafios que teve de enfrentar ao ver a arrecadação cair nos meses de abril e maio, ameaçando o equilíbrio fiscal do Estado. A gestora disse que percebeu reações diversas diante da crise sanitária e econômica. Algumas pessoas, segundo ela, ficaram em pânico ou agiram com agressividade, enquanto outras assumiram postura negacionista. “E aí, para estruturar as minhas vulnerabilidades naquele momento, lembrei da nossa missão. Esse era o comando que tínhamos, no sentido institucional, para tocar o coração das pessoas e fazer com que elas estivessem juntas, apesar da pandemia. O agir foi fundamental. Não se deixar paralisar pelo medo, pela angústia, pelas decepções, pela falta de diálogo, pela nossa distância física. Assim, revelamos o sentido de coragem, que não é ausência de medo. A coragem vem quando você age apesar do medo”, frisou.

Representando o governador Camilo Santana, que não pôde comparecer ao encontro, a vice-governadora Izolda Cela disse que estava feliz de participar da atividade e ressaltou a integração dos servidores. “Somos Sefaz (lema utilizado na divulgação do evento) é muito bacana, é necessário esse sentido de pertencer. Claro que todo esse engajamento nos conecta à missão nobre de arrecadar com justiça e gerir com excelência os recursos do Estado. Então, vocês estão situados em um pilar muito importante. Para mim, tem que ter emoção no serviço público. O coração tem que bater pela alegria de ver coisas realizadas e apertar pelas dificuldades, constrangimentos e limites”, disse.

A vice-governadora ressaltou que o valor do serviço público precisa ser resgatado, devido à importância dos benefícios que são proporcionados à sociedade. Ela parabenizou também todos os servidores do Estado pelo seu dia. “Este ano foi muito desafiador. Tem sido um momento de reinvenção e muitas reflexões. Tenho procurado me conectar melhor com aquilo que é fundamental. Que vocês continuem escrevendo essa história bacana no Estado do Ceará. Temos que mostrar a nossa resiliência. Esse time tem uma parte muito importante nessa história”, afirmou.

Na sequência, o palestrante e fundador do grupo Amana Key, Oscar Motomura, abordou os principais desafios enfrentados pelos líderes hoje em dia. Segundo ele, é preciso que as pessoas que exercem posição de liderança adquiram algumas competências para lidar com surpresas, não se deixando paralisar pelos imprevistos. Nessas horas, conforme o especialista, é importante improvisar e fazer as mudanças necessárias de forma rápida. “A cada surpresa, criatividade para lidar com a tal da surpresa e não ficar angustiado. É uma postura, uma atitude extremamente positiva que todos nós precisamos abraçar. Hoje, a criatividade está muito associada à improvisação e isso não é o jeitinho brasileiro. É o improviso positivo, que nos faz fazer ajustes em pleno voo. Temos que pensar em inovações radicais o tempo inteiro”, comentou.

Motomura falou ainda ainda que o líder tem que superar barreiras, sejam elas relacionadas à burocracia ou a questões culturais. “O que muda culturalmente é a noção de tempo, prazos. Costumo brincar que todos nós temos tempo cultural. Por exemplo, vou desenvolver um projeto. Tem gente que pensa em prazo de meses. Outros pensam em prazos de semanas, outros de dias. Hoje, temos que olhar o relógio porque muitas das transformações que temos que fazer, temos que fazer rapidamente. E tem a barreira que a gente traz de décadas, que é essa ideia de planos. Planos, planos. Excesso de planos, falta de ação”, enfatizou. Ele acrescentou que as barreiras do medo, das incertezas também devem ser ultrapassadas.

Outra característica essencial apontada pelo conferencista é a habilidade que o gestor precisa ter para interagir com o ”novo humano”. “Quando falo de novo humano, tenho usado a palavra alfabetização para dizer: pessoal, vamos ter que nos preparar para nos alfabetizar em relação a esse humano diferente que está surgindo. Por que estamos vendo tantas crises explodirem ao nosso redor? Falta de competências humanas, de refinamento das relações, de ouvir o outro, não ter preconceitos, não fazer pré-julgamentos, inclusão e não exclusão. Tudo isso sempre foi importante e agora vai ser mais importante e diferente”, explicou.

O educador citou ainda a necessidade de o líder se adaptar às novas tecnologias e à participação, cada vez mais, intensa do cidadão, seja no relacionamento com as organizações ou na administração das cidades. Ele também chamou atenção para o surgimento de novas carreiras, com empregados multitarefas, em que a criatividade e engenhosidade terão papel de destaque. Por último, citou o desafio da “elevação da consciência”, em um contexto no qual o cidadão está disposto a promover mudanças continuas, a fazer o melhor pelo bem comum.

Para encerrar o evento em grande estilo, o cantor e compositor, Waldonys, tocou e cantou quatro músicas pedidas pelos participantes: “Chuva de Honestidade”, de Flávio Leandro; “Une-verso”, de Os Nonatos; “Sonho de Ícaro”, de Byafra; e Asa Branca, de Luiz Gonzaga.

A segunda edição do Ser Fazendário pode ser conferida pelo link: https://youtu.be/ok9d2iuATBs